quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O caso do Campo de Golfe (Estela)

"Campo de Golfe da Estela em risco" - in Jornal Póvoa Semanário Online 8-2-2012






A erosão costeira, consequência do aumento do nível das águas do mar, é um fenómeno que atinge todo o litoral português, principalmente zonas de maior vulnerabilidade, pondo em risco a permanência de população e actividades.
Os processos de transgressão marinha e a regressão dos ecossistemas costeiros, actuam como um todo, isto é, não são faseados.
As adaptações naturais dos ecossistemas sucedem-se, independentemente das intervenções antrópicas.
A composição das comunidades vegetais (que neste caso compõe o solo envolvente ao campo de golfe), procura responder aos novos processos do meio natural.
A frente dunar perde consistência, cedendo quantidades consideráveis de sedimentos à praia em "deficit" sedimentar.
Os sedimentos que sustentavam as primeiras linhas, começam a ficar sensíveis aos fenómenos de salsugem e à progressão erosão costeira.
Uma vez que o campo de golfe se encontra construido sobre a duna frontal e a praia alta, requer constantes intervenções na face dunar, como por exemplo, a construção de taludes por injecção artificial de areia, "sustentados" na base por enrocamentos de sacos de areia.
Nos espaços onde a duna frontal não está impermeabilizada, é clara a degradação crescente do estrato herbáceo e a gradual diminuição do declive da arriba modelada na própria face dunar, sendo muito propício a sulcos e corredores de deflação eólica.
As areias vencem assim o declive, passando o topo dunar e atingindo o seu interior (neste caso, galgando considerávelmente da vedação so campo de golfe).
A ausência significativa de vegetação, nesta área, poderá também ajudar a explicar esta instabilidade sedimentar a que o campo de golfe está sujeito.



Os processos erosivos nas dunas, são agravados pelo efeito de túnel eólico, quando estas se encontram sujeitas a ventos continentais de leste.
Se necessário, é possível uma intervenção leve, sem que seja necessário recorrer a estruturas de raíz, ou seja, uma retirada rápida e sem grandes custos (não defendendo este tipo de soluções para o bem do litoral).

Patricia Castro

1 comentário:

Anónimo disse...

é realmente preocupante o q se passa na Terra. parabens por este blog prima! Popsi